REVISÃO DA LITERATURA

TELETERAPIA: A TERAPIA DA FALA NA MODALIDADE ON-LINE

Introdução

A Videoconsulta de Terapia da Fala é uma consulta à distância com o seu terapeuta da fala, para rever ou relembrar exercícios e estratégias de um programa de reabilitação em curso.
 

Revisão dos Estudos

O recurso a ferramentas online é uma prática recorrente na prestação de inúmeros serviços por todo o mundo, no entanto, na área da saúde, a utilização desta ferramenta para a implementação de consultas, quer de diagnóstico quer de intervenção/acompanhamento, não é uma prática comum. Keck, and Doarn, referem que, na área de atuação de Terapia da Fala, a utilização das tecnologias disponíveis para expandir os serviços a indivíduos que de outra forma não conseguiriam ter acesso[1]. Os autores referem ainda que os terapeutas da fala ficam entusiasmados com a possibilidade de adotar tecnologias nas suas práticas, mas encontram algumas barreiras tais como leis de privacidade de informações médica, infraestruturas, recursos, entre outras.
 

A teleterapia tem o potencial de fornecer mais acesso a serviços de intervenção em terapia da fala para pessoas que não conseguem aceder a este serviço de outra forma, no entanto, é necessária a funda- mentação desta modalidade, de forma a que a mesma possa ser aceite tanto pelos profissionais como pela comunidade que recorre a estes serviços..

Desta forma, tendo em conta especialmente o momento vivido por todos, que implicou o impedi- mento de acesso aos serviços de terapia da fala presenciais, pretende-se, com o presente documento, reunir fundamentação que permita entender a eficácia da avaliação e intervenção através da modalidade online na área da fala. Este trabalho pretende ainda reunir recomendações a considerar durante a prática de teleme- dicina na área da Fala e das suas Perturbações


 

A AVALIAÇÃO EM FALA NA TELETERAPIA

Independentemente da modalidade adotada, o terapeuta da fala que presta serviço de Terapia da Fala deve reger o processo de avaliação pelos princípios elencados no Código Deontológico da profissão [2], assegurando, assim, uma prática profissional ética, informada e responsável. A investigação da eficácia da teleterapia é muito recente, tanto na avaliação como na intervenção, no entanto, diferentes estudos desenvolvidos com o objetivo de aferir a eficácia dos processos de avaliação através da modalidade não presencial têm vindo a demonstrar que esta será uma prática viável e eficaz.
 
A investigação da eficácia da teleterapia é muito recente, tanto na avaliação como na intervenção, no entanto, diferentes estudos desenvolvidos com o objetivo de aferir a eficácia dos processos de avaliação através da modalidade não presencial têm vindo a demonstrar que esta será uma prática viável e eficaz. De forma a entender se os resultados da aplicação testes de articulação obtidos através da teletera- pia seriam comparáveis aos alcançados no modelo presencial, num estudo realizado com cinco crianças in- glesas monolíngues, com idades entre 2-11 e 7-5 anos, com alterações de fala, foram comparados os resul- tados obtidos de forma presencial e por teleterapia. Neste estudo foi possível encontrar, de forma global,uma forte correlação entre os dados obtidos em teleterapia e a modalidade presencial, tendo sido, no en- tanto, observadas variações nos dados individuais dos fonemas/segmentos. Estas discrepâncias parecem es- tar relacionadas com dificuldade permanecer a uma distância constante do microfone e no campo visual da câmara (pela agitação física presente no momento da avaliação); com a natureza das patologia, já que numa criança com dispraxia verbal de desenvolvimento as repetições eram frequentemente produzidas de forma diferente e nem sempre o avaliador registava da mesma forma; diferenças individuais entre as terapeutas da fala (por exemplo, anos de experiência; treino). Os autores não descartam a possibilidade de interferência da qualidade do som. A conclusão deste estudo refere que a avaliação da fala por teleterapia é confiável e válida, sendo necessários estudos mais aprofundados [3]. Outro estudo encontrou resultados semelhantes, observando uma concordância entre 70% a 100% entre a avaliação presencial e por teleterapia, no que res- peita à medida de inteligibilidade de fala. Observaram-se, baixos níveis de concordância para algumas variá- veis oro-motoras. No entanto, os resultados gerais corroboram a validade e a confiabilidade da triagem ba- seada na teleterapia de inteligibilidade da fala.

Conclusão

A intervenção em Terapia da Fala, independentemente da modalidade adotada, deve reger-se pelos princípios elencados no Código Deontológico da profissão[2], assegurando, assim, uma prática profissional ética, informada e responsável.

Os resultados dos estudos que têm vindo a ser desenvolvidos para comprovar a eficácia da interven- ção em Teleterapia, demonstram e apoiam a utilização da prática em teleterapia nas Perturbações dos Sons da Fala.

Bibliografia/Créditos

Site da SPTF https://sptf.org.pt/wp-content/uploads/2020/05/Teleterapia-emTF-nas-Perturba%C3%A7%C3%B5es-da-fala.pdf
 

 

Especialidades

Terapia da Fala

Prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal.

Psicologia Clínica

Psicologia Clínica é a parte da psicologia que se dedica ao estudo dos transtornos mentais e dos aspectos psíquicos de doenças não mentais.

Terapia Ocupacional

Tratamento de condições de saúde que afetam o desempenho das pessoas em qualquer fase da vida através do envolvimento em atividades significativas, com o objetivo de lhes proporcionar o seu máximo nível de funcionalidade e de independência nas ocupações em que desejam participar.

Fisioterapia

Área da saúde que se dedica ao estudo das disfunções que afetam o movimento do corpo humano. A nossa equipa está capacitada para diagnosticar e reabilitar disfunções; avaliar, reavaliar e elaborar planos de intervenção, tudo a partir do conforto de sua casa.

Nutrição

Uma correta alimentação é fundamental em crianças, jovens, adultos e idosos. Os nutricionistas desenvolvem de forma autónoma planos de nutrição direcionados às metas a atingir e ao dia-a-dia de cada um. Os planos de nutrição têm como ponto de partida uma avaliação nutricional gratuita, que consiste num questionário objetivo, focado na alimentação, patologias e antecedentes familiares.

Pedopsiquiatria

A Pedopsiquiatria aborda as dificuldades emocionais, do comportamento e da socialização das crianças e adolescentes, sempre em articulação com as famílias.

Pediatria

Área da saúde que se dedica ao desenvolvimento da criança e do jovem, pressupondo não só a vigilância do desenvolvimento, como também o diagnóstico das suas perturbações e respetiva intervenção.

Podologia

ciência da área da saúde especializada na investigação, prevenção, diagnóstico e tratamento das alterações que afetam o pé e as suas repercussões no organismo humano. Os problemas no pé são uma realidade podendo originar desde simples desconforto geral até sintomatologia dolorosa passível de condicionar o normal funcionamento do aparelho locomotor e, em certas situações, criar lesões noutras partes do corpo. Atuando numa vertente multidisciplinar, o propósito da Podologia visa o atingimento do bem-estar do pé e, portanto, de todas as áreas do corpo dependentes da sua ação

Psiquiatria

É o ramo da Medicina que pretende compreender, explicar e melhorar o bem-estar das pessoas afetadas com doenças mentais. A prevenção da doença mental e a promoção da saúde mental integram-se na definição de saúde da Organização Mundial de Saúde.

CONTINGÊNCIA COVID-19


seguimos de forma criteriosa o nosso plano de contingência que contempla medidas como:


Desinfeção por ozono das salas e equipamentos de terapia ocupacional.


Desfasamento dos horários de sessões.


Uso obrigatório de máscara.


Restrição de entrada com calçado do exterior.


Limitações de acesso e permanência na sala de espera.


Desinfeção e higienização das mãos à entrada.


Intervalos de 30 minutos entre sessões para arejamento dos espaços.


Limpeza e desinfeção entre sessões de salas, materiais e espaços comuns.

Casos de Avaliação e Intervenção

Dispomos de uma equipa dedicada, capaz de uma ação abrangente e multidisciplinar, desde o diagnóstico precoce e intervenção terapêutica, num modelo personalizado, individualizado e integrador.

Terapia da Fala

– Não reage a estímulos sonoros;
– Não sorri nem estabelece contacto ocular;
– Não vocaliza.

– Não manifesta intenção para obter objectos ou a atenção dos outros;
– Não reage a sons familiares;
– Não produz ou não imita sons;
– Não brinca nem estabelece contacto.

– Não tem iniciativa para comunicar;
– Não aponta pra objectos pedidos, nem para os pedir;
– Não mostra interesse ao que a rodeia nem quando lhe falam;
– Não cumpre ordens simples;
– Não reage ao seu nome;
– Não disse a primeira palavra;
– Não brinca ao faz de conta.

- Apresenta um vocabulário muito reduzido, de 4–6 palavras;
– Não faz frases com duas palavras;
– Não identifica objectos familiares.

- Não faz frases com 2 – 3 palavras;
– Produz palavras que ninguém compreende;
– Não cumpre ordens com dois comandos.

– Não mostra interesse quando lhe contam uma história;
– Tem dificuldades em compreender pedidos /​recados e /​ou em compreender frases mais complexas (que envolvam noções de tempo e quantidade);
– Não produz frases com 4 – 5 palavras;
– O discurso é pouco estruturado e não é compreendido por todos;
– Não faz perguntas do tipo: Porquê? Como? Onde? Quando?;
– Usa mais gestos do que palavras para se fazer entender.

– Omite e/​ou troca sons nas palavras;
– Apresenta um discurso incompreensível;
– Tem dificuldades em contar acontecimentos do seu dia-​a-​dia.

– Não produz frases complexas;
– Apresenta um discurso mal estruturado e sem conteúdo;
– Omite ou troca sons nas palavras;
– Continua a gaguejar depois dos 5 anos.

- Tem problemas de rendimento escolar;
– Tem dificuldade em associar o som à letra correspondente e vice-​versa;
– Não realiza, sem ajuda, as tarefas propostas pela(o) professor(a);
– Tem dificuldades em manter um tema de conversa e/​ou contar uma história ou um acontecimento;
– Tem dificuldades de interacção com os colegas.

Terapia Ocupacional

- Baixo nível de atenção/concentração;;
– Dificuldades em compreender ordens;
– Dificuldades perceptivas visuais, tácteis e auditivas;
– Dificuldades de discriminação espaciais (esquerda/direita, cima/baixo);
– Dificuldades de motricidade fina (grafismo e preensões);
- Dificuldades na sua autonomia (vestir-se, comer, higiene);
- Rejeita/evita algumas texturas;
- Baixa tolerância à frustração;
- Medo de equipamentos de parques infantis;
- Outras situações.

Integração Sensorial é o processo neurológico que organiza as sensações vindas do nosso próprio corpo e do exterior e torna possível o uso efectivo do corpo no meio.
Nesta intervenção promovemos um ambiente estruturado e reconfortante, para que a criança seja capaz de integrar as sensações que o ambiente lhe proporciona, e para que o seu cérebro as organize e integre dando uma resposta adaptativa adequada.

A intervenção do membro superior inclui mão, punho, cotovelo, ombro e cintura escapular.
Na intervenção em pediatria, com visão na reabilitação e aquisição das funções do membro superior, o terapeuta utiliza actividades escolares, da vida diária ou lúdicas para motivar a aprendizagem da criança, como a manipulação de objectos, construção de puzzles, construções em legos, vestir/despir, pegar na caneta, etc.
O terapeuta ocupacional auxilia ainda na aquisição de produtos de apoio.

Entende-se por AVD’s todas as actividades de auto-cuidados (alimentação, higiene pessoal, vestir/ despir, mobilidade) e de integração na comunidade, gestão do ambiente e da sua vida (ir às compras, gerir o dinheiro, utilizar o telefone e computador, limpar, cozinhar, utilizar os transportes).
A Sala de Atividades da Vida Diária (AVD’s) proporciona às crianças/jovens, portadores de uma deficiência ou limitação, a oportunidade de aprender/re-aprender a desempenhar de forma adequada e adaptativa as AVD’s que encontram no seu dia-a-dia, dando-lhes o máximo de funcionalidade e autonomia para que consigam ser o mais independentes possível.

Estima-se que uma pessoa normovisual faça 80% das suas aquisições através da estimulação visual. Se o recurso à visão for limitado e estivermos perante uma criança com um quadro de Deficiência Visual, a forma como o seu desenvolvimento se vai processar, terá que ser obrigatoriamente diferente em várias áreas da sua vida.
Dependendo da limitação visual apresentada pela criança, o terapeuta ocupacional irá perceber em que medida essa fragilidade esta a comprometer o desenvolvimento da criança, nomeadamente a qualidade com que esta se envolve e participa no seu dia a dia.
O espectro da deficiência visual é bastante amplo, podendo ir desde a baixa visão até à cegueira total, sendo importante que possam ser proporcionadas oportunidades de aprendizagem com recurso a estratégias de actuação multisensoriais. É fundamental incentivar a criança a explorar o meio que a envolve e activar os outros sentidos. Para proporcionar à criança a participação da mesma nos diversos contextos em que se insere, o terapeuta ocupacional irá sugerir e adaptar uma série de materiais necessários, para que a criança seja mais funcional e autónoma no desempenho das ocupações diárias.
O terapeuta ocupacional poderá ajudar assim, o bebé ou a criança com deficiência visual a explorar formas alternativas de se desenvolver, conhecer o mundo e ser funcional em ocupações relacionadas com o brincar, os auto-cuidados, a alimentação, e o estudar, nomeadamente, nas competências pré-académicas e/ou pré-braille, se necessário.

Psicologia Clínica:

Procure um psicólogo clínico sempre que se verificarem os seguintes sinais:

- Problemas ao nível da ansiedade;
- Sensação de pânico;
- Sinais de tristeza e isolamento;
- Alterações bruscas de humor;
- Dificuldade nas relações com os outros.


– défice cognitivo ;
– perturbações do desenvolvimento: como o autismo (síndrome de asperger);
– perturbação de hiperatividade e défice de atenção;
– perturbações disruptivas do comportamento (perturbação de oposição, agressividade);
– perturbações emocionais (ansiedade, medos, fobias, luto, divórcio);
– perturbações de humor (depressão infantil, bipolaridade);
– perturbação obsessivo-​compulsiva, síndrome de Tourette ;
– problemas de eliminação (enurese e encoprese) ;
– perturbações alimentares (anorexia e bulimia).


Pedido de marcação de consultas/rastreios

Artigos de opinião - Teleconsulta

Janeiro, 2022

Teleterapia: A Terapia da Fala na modalidade on-line

A Videoconsulta de Terapia da Fala é uma consulta à distância com o seu terapeuta da fala, para rever ou relembrar exercícios e estratégias de um programa de reabilitação em curso .....

Drª Diana Madureira

Terapeuta da Fala

janeiro, 2022

A Teleconsulta em Terapia Ocupacional

A pandemia da COVID-19 trouxe consigo mudanças na sociedade, de forma que a população foi afetada. Como estratégia para minimizar os possíveis impactos aos usuários, foi orientado o uso do teleatendimento por profissionais da saúde. Os terapeutas ocupacionais podem utilizar a Telessaúde para avaliar, intervir, monitorar, supervisionar e realizar consultoria entre o terapeuta ocupacional, cliente, familiar, cuidador, e instituição prestadora de serviços de saúde. A partir desta nova realidade, este estudo propõe-se a refletir sobre o teleatendimento em Terapia Ocupacional e apontar novas possibilidades na prática terapêutico-ocupacional em tempos de COVID-19.....

Drª Ana Moreira

Terapeuta Ocupacipnal

janeiro, 2022

A Intervenção Psicológica nas Teleconsultas

Na última década assistimos ao crescimento exponencial e à evolução das novas tecnologias. Da mesma forma que as novas tecnologias invadiram e mudaram praticamente todas as áreas da nossa vida, estão também a mudar a prática da Psicologia, abrindo novos caminhos à intervenção psicológica e possibilitando que esta se concretize através de outros meios de comunicação, diferentes do tradicional face-a-face. As novas tecnologias revolucionaram também as expectativas que temos sobre os serviços de Saúde Psicológica e sobre a forma como podemos interagir com eles.....

Drª Ana Pinto

Psicóloga Clínica

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